"... Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas..."
(Caetano Veloso - Sampa)
Não é novidade que a música "Sampa" é um clichê para falar de São Paulo. Porém tenho histórias desse cruzamento, passei centenas de dias esperando ônibus num ponto próximo para ir à USP. Era inevitável não cantarolar mentalmente às vezes esse trecho enquanto esperava o "Cidade Universitária" às 6h, bocejando...
Quantos pensamentos não me entorpeciam ali? Quantos sentimentos não escorriam por mim enquanto observava o trânsito formando-se naquela esquina?
A poesia concreta dos edifícios me encarando...?
O mau gosto das ruas e as saudades dele quando estava fora...?
As estrelas sufocadas e as belas luzes artificiais das janelas, das lanternas, dos bordéis...?
"Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba...", minha selva de pedra, suor, amor e ódio... te amo. Às vezes somos inimigas, mas sou tua filha.
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Vista aérea da Avenida Paulista, São Paulo (Um clichê atraente dessa vez) |
(Vinte e cinco de janeiro de dois mil e onze, 457° aniversário da cidade de São Paulo.)